Iniciativa do Fundo Brasil visa sensibilizar sobre a importância do tema. O Fundo Brasil de Direitos Humanos acabou de lançar a campanha "Diga SIM aos direitos humanos no Brasil". Com vídeos publicados na internet que abordam dados relacionados a diversos temas, como igualdade racial e enfrentamento ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, direitos da criança e violência contra a mulher, a divulgação tem o objetivo de engajar pessoas em favor de causas sociais. O primeiro vídeo conta com a participação da atriz Letícia Sabatella que fala sobre a importância do combate à violência contra as mulheres, e já pode ser acessado pelo site http://www.digasim.org.br/. "A cada cinco minutos uma mulher é agredida e a cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil. Há 30 anos esses números só crescem", afirma a atriz no vídeo. Para Letícia, esse é um problema de todo mundo e, portanto, homens e mulheres devem atuar para combatê-lo. Os números comprovam a discriminação por gênero e mostram a necessidade da mobilização de grupos e pessoas. O Brasil ocupa o 121º lugar no ranking de participação das mulheres na política. Além disso, a taxa de desemprego é cerca de duas vezes maior comparada a dos homens, que têm o salário médio 30% maior, e apenas um quarto das mulheres empregadas está no setor formal. Outros dados preocupantes são as ocorrências de estupros que chegam a 50 mil por ano. Por meio de editais lançados anualmente, o Fundo Brasil apoia vários projetos de defesa dos direitos da mulher. Entre eles está o da Associação das Mulheres Indígenas do Município de Tapauá, no Amazonas, que trabalha pela valorização e revitalização culturais das mulheres indígenas. "Procuramos espaço para as mulheres que não tinham voz no movimento indígena", diz Joabe Pereira, ativista da associação. "O apoio do Fundo Brasil é importante para trabalhar nas questões relacionadas à sustentação da mulher, bem como seus direitos", explica. Em quase dez anos de atuação, o Fundo Brasil já destinou R$ 7,6 milhões a quase 300 projetos espalhados por todas as regiões brasileiras. Trabalha para dar visibilidade a organizações locais de direitos humanos e desenvolver um novo modelo de doações e promover o investimento social privado. "O desafio é superar a distância que separa as organizações de base, que atuam localmente e com difícil acesso a recursos, das fontes de financiamento nacionais e internacionais dispostas a apoiar iniciativas de defesa de direitos humanos", afirma Ana Valéria Araújo, coordenadora executiva da fundação. Os projetos selecionados para receber o apoio do Fundo Brasil, por meio de editais, estão distribuídos em sete categorias principais: direitos das mulheres, direitos das crianças e dos adolescentes, o estado de direito e o combate à violência institucional, luta contra o racismo e outras formas de discriminação, liberdade de orientação sexual, direito a terra e ao trabalho decente, direitos socioambientais no âmbito das cidades e de grandes projetos de infraestrutura. Este ano, o Fundo Brasil vai doar mais de R$ 1 milhão para apoiar projetos que tenham o objetivo de combater a violência institucional, a discriminação e o tráfico de pessoas. Fundação - Fundado sob a orientação de ativistas e acadêmicos respeitados, o Fundo Brasil de Direitos Humanos iniciou suas atividades em 2006, como fundação privada, sem fins lucrativos, com a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para canalizar recursos destinados aos defensores de direitos humanos, com vistas a fortalecer organizações da sociedade civil e desenvolver a filantropia nacional.