Mogi também teve 35,40% de perda de faturamento total com estimativa de impacto financeiro de R$ 10 milhões, de acordo com a Prefeitura. Levantamento do Instituto Trata Brasil também indica que Suzano e Itaquaquecetuba estão entre as 20 cidades que menos sofrem perdas por ligação.
Segundo o Estudo de Perdas de Água 2022, do Instituto Trata Brasil, Mogi das Cruzes perdeu 47,88% da água que entrou no sistema de abastecimento da cidade em 2020. Os dados considerados na pesquisa são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2020.
As cidades que fazem parte desse levantamento, são as 100 maiores em termos de população no Brasil. Assim, Itaquaquecetuba, Mogi e Suzano são os municípios do Alto Tietê incluídos no estudo. Segundo o Trata Brasil, o levantamento não tem o viés de ranking.
De acordo com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, as perdas são a diferença entre a água produzida e a água consumida. Além dos vazamentos, entram neste cálculo as ligações irregulares ou clandestinas.
O Instituto Trata Brasil explica que metade do volume é perdido por causa de problemas físicos, como vazamentos. Já a outra metade é por perdas comerciais, como ligações irregulares e cadastros que estão em processo de revisão.
Mogi também teve 35,40% de perda de faturamento total com estimativa de impacto financeiro de R$ 10 milhões, de acordo com a Prefeitura. Para calcular esta estimativa, foram considerados os custos dos insumos, que incluem a água comprada da Sabesp, os produtos químicos e a energia elétrica gasta com a produção de água tratada.
Distribuição de água na maior parte da cidade é responsabilidade do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) — Foto: Julio Nogueira/Semae
Distribuição de água na maior parte da cidade é responsabilidade do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) — Foto: Julio Nogueira/Semae
Soluções para tentar diminuir as perdas de água
A Prefeitura de Mogi informou que o Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) realiza ações para tentar diminuir as perdas de água no município, como detecção de vazamentos não-visíveis; fiscalização do Departamento Comercial para identificar ligações clandestinas e outros tipos de fraude; setorização do Distrito de Brás Cubas: divisão da rede do distrito em sistemas menores e com controles de pressão; o que agiliza as manutenções e diminui as perdas; dentre outras.
A autarquia também iniciou estudos para elaboração de um projeto de setorização da região central, onde estão as redes mais antigas. Atualmente, foram setorizadas as regiões do distrito de Brás Cubas e Leste, que está em andamento.
Este plano de setorização, segundo o Semae, busca melhorar as condições de controle e gestão das perdas de água e propõe ações relevantes, como a substituição das redes antigas, implantação de redes de reforço, definição de zonas de abastecimento, criação de setores de manobra, setores de controle, pontos de controle de vazão e pontos de controle de pressão.
Itaquaquecetuba e Suzano
As outras cidades da região que participaram do levantamento apresentaram dados positivos em determinados índices.
Suzano, com 192,01 litros por ligação por dia, e Itaquaquecetuba, com 213,22 litros por ligação por dia - 15ª colocação e 18ª posição respectivamente -, estão entre as 20 cidades com menores perdas por ligação dentre os 100 municípios do estudo.
Por outro lado, Itaquaquecetuba foi considerada uma ‘outlier’, por apresentar valor atípico na dispersão entre perdas no faturamento e perdas no faturamento total, equivalente a 9,49 de pontos percentuais.
Conforme explicação do próprio Instituto, este índice trata do consumo autorizado não faturado, que geralmente corresponde a um valor residual do sistema de abastecimento, o que não é o caso do município.
Fonte: G1