Desde que a crise do coronavírus começou a fazer estragos, em meados de março, assistimos a uma enxurrada de promoções e campanhas, encabeçadas por companhias aéreas e agências de viagens.
Mas pouco se falou de um dos profissionais ainda mais afetados pela paralisação do setor turístico.
Acostumados ao trabalho autônomo e sem renda fixa, condutores e guias de turismo se viram obrigados a buscar alternativas para conseguirem fechar o mês com algum dinheiro no bolso.
Para ter uma ideia da capacidade de se reinventar nessa temporada de quarentena, tem guia que virou grafiteiro, catador de caranguejo no mangue e tem até alguns pensando em mudar de ramo com o sucesso do novo negócio.
Porém quando tudo se normalizar, nada deve ser como antes. E os guias, assim como toda a indústria do turismo, não devem passar ilesos ao "novo normal" que vem aí.
Criatividade e trabalho personalizado.
Para Adriana Gradim Perdiza, presidente do Sindegtur SP (Sindicato Estadual dos Guias de Turismo de São Paulo), esse profissional vai ter que repensar seu trabalho. Por questões de saúde e segurança, a abertura do setor deve ser gradativa, com grupos reduzidos e em locais com pouca aglomeração.
"Vai sobreviver quem tiver mais criatividade, responsabilidade, ética e melhor capacitação na área", avisa Adriana em entrevista para o Nossa.
A empresária Érika Sanches, proprietária de um hotel boutique na Bahia, acredita que os guias levam o turista para atrativos que muitas vezes nem os moradores conhecem. "Daqui para frente, o guia deverá fazer um trabalho mais personalizado nesse novo turismo que deve surgir", avalia Érika.
Guia ou condutor?
Segundo definição do Ministério do Turismo, um guia de turismo é o profissional com registro no Cadastur (Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos) e com curso de formação específica para "acompanhar, orientar e transmitir informações", nas esferas regional, nacional e internacional.
Como lembra Adriana Gradim Perdiza, um guia deve passar, obrigatoriamente, por um curso de no mínimo 800 horas, o que lhe garante maiores conhecimentos técnicos e pedagógicos da sua área de atuação.
"O guia é o único profissional do setor do turismo regulamentado por lei", explica.
Já o condutor é aquele que tem capacitação para atuar em uma determinada unidade de conservação ou atrativo, conduzindo visitantes em "espaços naturais e/ou áreas legalmente protegidas".
Fonte Uol Turismo