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  • ITAQUÁ COMPLETA 460 ANOS; FUNDAÇÃO ESTÁ LIGADA À FIGURA DE JOSÉ DE ANCHIETA


    06/09/2020 09:55:38


    A fundação do município de Itaquaquecetuba está ligada à figura do padre José de Anchieta. A cidade foi fundada em 1560. Comemora 460 anos de aniversário na próxima terça-feira, dia 8. Os missionários que desempenharam um papel fundamental na formação de seu povoado inicial, começaram a chegar à região por volta de 1563.

    As informações são da Fundação Seade. Não se sabe se antes desta data já existia alguma aldeia, mas o que se pode dizer é que era um período marcado pelo trabalho dos jesuítas junto às aldeias, que ficavam ao redor de São Paulo de Piratininga, e pelo trânsito de indígenas, deslocados de uma aldeia para outra. Ao que tudo indica Itaquaquecetuba também foi palco de uma dessas transferências, recebendo indígenas que vinham de Carapicuíba. Em 8 de setembro de 1624, data oficial do aniversário da cidade, foi construída uma capela em honra de Nossa Senhora da Ajuda pelo padre João Álvares. Grande parte das terras dessa capela passou a pertencer ao próprio padre e, com seu falecimento, passou às mãos dos padres do Colégio Santo Inácio, em São Paulo.
    O então povoado de Nossa Senhora da Ajuda contou ainda com a chegada de novos catequizados, vindos de uma outra aldeia denominada São Miguel. Em troca de seu trabalho, os jesuítas lhes ofereciam proteção, dinâmica essa que perdurou até 1759, quando os jesuítas se retiraram da aldeia. A economia local girava, inicialmente, em torno da agricultura de subsistência e da extração de madeira, mas também se destacaram a produção de telhas e de farinha.

    Seu processo de emancipação político-administrativa teve início em 28 de fevereiro de 1838, quando o povoado foi elevado à categoria de freguesia do município de Mogi das Cruzes. Com a inauguração da variante da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1925, Itaquaquecetuba cresceu e prosperou, conquistando a condição de município autônomo em 30 de dezembro de 1953. O nome adotado nessa ocasião, de origem tupi, era proveniente de taquaquicétuba, cujo significado completo é “lugar abundante de taquaras cortantes como facas”.

    População aponta qualidades e necessidades de Itaquá

    Os itaquaquecetubenses opinaram sobre mais um ano de aniversário da cidade. A população reconhece o crescimento de Itaquá, mas aponta muitos problemas em vários setores. A cidade ganhou um shopping com cinema em 2017, recebeu novas atrações em seu Parque Ecológico no início deste ano, além do lazer que já existia, como pesqueiros e o Museu Municipal.

    O DS foi às ruas de Itaquá para escutar o que as pessoas que moram no município acham do lugar. Várias qualidades apontadas, como a tranquilidade da cidade, as opções de comércio e o crescimento ao longo do tempo, mostram que Itaquá está tem muito valor.
    A professora de educação física, Ana Luis Santos, 44, moradora do Parque Piratininga, destacou a chegada do Itaquá Garden Shopping, que trouxe mais lazer para a cidade. Além disso, a professora elogiou a região central - que dá “muitas opções” aos moradores - e citou a evolução dos bairros pequenos do município.

    “Eu gosto de Itaquá, é um lugar tranquilo de se viver. Nosso bairro tem algumas coisinhas, como a associação de amigos do bairro, que tenta desenvolver trabalhos para a população e a comunidade”, contou.

    A copeira hospitalar Elisangela Souza da Silva, 45, mora no mesmo bairro de Ana. Segundo ela, as choperias e academias ao ar livre instaladas no Piratininga a deixam feliz. Porém, ela destaca que a Saúde precisa mudar em Itaquá. “São bem interessantes esses locais. Eu gosto. Mas, para os próximos anos, espero que melhorem os serviços de saúde, que deixam bastante a desejar”, afirmou.

    O cenário da cidade quando o pedreiro José Carlos Alves, 58, chegou, era bem diferente do atual.

    Morador do Jardim Paineira há quase 30 anos, ele diz que a Praça Padre João Álvares, no Centro, era um “chiqueiro” e que melhorou muito com o tempo. Para o pedreiro, não é possível comparar o município com a Capital, mas o crescimento é notável.

    “Quando cheguei, Itaquá era pequena, mas agora mudou muito. Antes, era só mato e o ônibus passava bem cedo, depois ao meio-dia, no fim da tarde e à noite”.

    A aposentada Ivete de Moraes, 65, que mora no Centro. Residente de Itaquá há mais de 60 anos, ela diz que a cidade está “muito parada” e culpa as autoridades por isso.

    “Deveria ter bastante coisa. Falta tudo de lazer. Acho que tem que mudar os políticos. Precisamos de pessoas que amam a cidade. Antes amavam Itaquá. Agora, não mais”, pediu.
    A cidade também tem problemas, e alguns moradores criticaram, como o sorveteiro Geraldo Teixeira, 80, que reclamou do prefeito. “Aqui não tem divertimento. A cidade era boa antes, porque tinha prefeito. Hoje não tem mais”.

    “Tem que ter mais lazer para os jovens”, pede o balconista Valdenilson Pereira, 57.

    Por Daniel Marques - de Itaquá


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