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  • FESTA DO DIVINO DE MOGI DAS CRUZES CHEGA AO FIM COM TRANSMISSÃO PELA INTERNET E FIÉIS À DISTÂNCIA


    02/06/2020 09:54:28


    O último dia Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, neste domingo (31), foi marcado por muita fé, mesmo à distância. O evento, que neste ano precisou ser adaptado por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), não teve abraços ou trocas diretas de carinho, mas foi envolvido por sentimentos de esperança e pela expectativa de dias melhores.

    Enquanto o pessoal arrumava os últimos detalhes no andor, os vizinhos aproveitaram o começo da tarde para ver a imagem do Divino Espírito Santo. Teve gente que quebrou o isolamento social para buscar uma fonte de energia para este momento tão diferente. Foram sozinhos, mas acompanhados pela bandeira.

    A imagem, que em outros anos percorreu a pé algumas ruas da cidade, desta vez foi levada na carroceria de um carro. A carreata partiu da casa dos festeiros e ao som dos tradicionais cantos de louvor.

    No caminho, quem podia, mesmo que da calçada, aproveitou para agradecer e também pedir. O gesto simbólico de andar pela cidade foi como um abraço, nesse momento em que todos estão separados por causa da pandemia.

    Por causa da doença, os capitães-de-mastro não participaram do encerramento da festa. Na semana passada, Maurimar Batalha não se sentiu bem, fez alguns exames e descobriu que contraiu a Covid-19. A capitã Roberta Fadoni e os filhos do casal também fizeram o teste, mas os resultados deram negativos.

    A carreata passou pelo distrito de César de Sousa, pelo Jardim Rodeio e também no centro da cidade. Da Avenida dos Bancos, seguiram em direção ao distrito de Jundiapeba.

    No começo da noite, a carreata chegou à Catedral de Sant’Anna para a última celebração do ano. Como manda a tradição da Festa do Divino, casais de festeiros de outras edições, foram os primeiros a entrar na igreja com as suas bandeiras.

    O casal da festa de 2020 também entrou com a bandeira, mas não a deste ano. Ela só vai ser revelada aos devotos no ano que vem, já que o casal e os capitães-de-mastro serão os mesmos em 2021.

    A festa, que sempre atraiu multidões, desta vez teve que ser acompanhada de longe. O que foi só mais um desafio para organização que transmitiu tudo pela internet. “É uma sensação de missão cumprida, mas ela não foi cumprida. Tem muito mais ainda, a gente ainda tem bastante trabalho. Nossa parte vai continuar, mas essa parte foi cumprida. A única coisa que a gente espera é que a gente tenha conseguido alcançar o que a gente desejava, que era o coração das pessoas, levar um pouco de carinho, de conforto, nessa hora de tanta dificuldade e o sentimento é [que] Deus nos carregou até aqui. Tenho certeza que para 2021 ele vai nos abençoar e continuar nos conduzindo”, declara a festeira Cícera Margarido.

    Em 407 anos, a Festa do Divino só não aconteceu duas vezes. A primeira durante a segunda guerra mundial em 1945. A segunda, agora na pandemia. Algo que não vai deixar só uma marca na história, mas também um aprendizado.

    “Eu acho que empatia é o maior de todos eles. Sentir o outro. De tão longe, conseguir sentir. Conseguir entender as pessoas pelo olhar”, completa a festeira.

    Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes, foi quem celebrou a missa de encerramento da Festa do Divino, que também marcou o domingo de Pentecostes.

    “A mensagem que fica do Divino Espírito Santo, com os dons do Divino Espírito Santo, não pode ser diferente que não uma mensagem de esperança. Estamos em um momento difícil, as mortes são muitas ainda. Se Deus quiser, tudo vai voltando aos poucos para seu normal, com nossos cuidados e também com a proteção de Deus”, afirma o bispo.

    O dia terminou com a queima de fogos e dos pedidos feitos pelos devotos às rezadeiras do Divino, antes do isolamento social começar.

    Os ensinamentos foram muitos, diz Stringhini. “O aprendizado dessa festa é que é possível realizar coisas boas, bonitas, completas, num ambiente, num contexto difícil. A festa foi realizada e foi realizada a contendo. A parte religiosa, mas também a parte da caridade, que foi o afogado para os pobres e, sobretudo, essa grande movimentação nas ruas. O povo não pode vir, o Divino é que foi”.


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